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Trading de Alta Frequência e o Flash Crash de 2010

Trading de Alta Frequência e o Flash Crash de 2010

O Flash Crash (a “quebra-relâmpago”, em tradução livre) de 2010 foi um dos crashes da bolsa mais rápidos da história, durando aproximadamente 36 minutos. Embora a maioria das pessoas nunca tenha ouvido falar desse evento, isso levou à realização de audiências por parte do Congresso dos EUA para determinar suas causas. O culpado – pelo menos em parte – foi a prática de Trading de Alta Frequência.

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A prática de Trading de Alta Frequência (HFT, na sigla em inglês) envolve o uso de computadores com alto nível de processamento para realizar operações em alta velocidade. Essas operações se baseiam em algoritmos programados para gerar uma série de ganhos reduzidos, contando com o sucesso do algoritmo perante os riscos envolvidos.

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O HFT causou o Flash Crash?

Na maioria das vezes, a prática de HFT não possui um impacto significativo nos gráficos. No entanto, em algumas situações ocorre exatamente o oposto. Em 6 de maio de 2010, às 14:32, bastou pouco mais de meia hora para o mercado de ações cair bruscamente e se recuperar. Esse evento também é chamado de “Crash das 2:45”, com referência ao horário de maior tensão no mercado naquele dia.

O crash ocorreu nos mercados de ações – envolvendo, mais especificamente, os índices S&P 500, Nasdaq e Dow Jones Industrial Average. O DJIA, por exemplo, caiu quase 1.000 pontos em relação ao seu valor de abertura por conta do Flash Crash. Isso representou aproximadamente 9% do seu valor total, em uma queda que levou apenas alguns minutos. A recuperação que se seguiu foi ainda mais incomum. Logo após as 15h, ou cerca de meia hora depois do crash, a maior parte da queda nos preços havia sido revertida. Foi preciso apenas mais meia hora para que o preço atingisse o nível anterior ao crash.

No entanto, o problema não ocorreu apenas por conta do HFT. Na sequência do evento, houve muitas investigações e debates acerca da influência do HFT e de outros fatores no crash. Quando a poeira abaixou, a CFTC – agência responsável pela regulação dos mercados de futuros e opções nos EUA – concluiu que o Flash Crash não foi iniciado pelo HFT, mas ele foi responsável por agravar o problema.

Outras Razões para o Crash

Um trader chamado Navinder Singh Sarao foi apontado como o principal culpado pelo problema. Sarao foi acusado de praticar diversas formas de manipulação do mercado relacionadas a esse evento. Sarao havia feito com que os mercados de ações parecessem sólidos e cheios de compradores. Ele aplicou métodos de manipulação, como spoofing, layering e front running, para registrar ordens falsas. Em seguida, Sarao executou vendas a descoberto (short selling) nesses mercados para gerar uma queda abrupta e obter ganhos elevados.

O seu plano foi impressionante, considerando que se tratava de um homem comum de aproximadamente 30 anos que trabalhava na casa dos pais. Embora a acusação fosse válida, muitos afirmam que ele não poderia ser o único responsável e que ele foi apontado como único culpado para que o processo avançasse sem interrupções. Inclusive, alguns analistas alegam que, ao analisarmos os dados históricos, vemos que crashes desse tipo são mais comuns do que se espera.

Seja qual for a verdadeira causa do Flash Crash de 2010, se foi culpa de Sarao ou da prática de HFT, se foi uma situação natural, um erro técnico ou humano, ou ainda uma mistura de tudo isso, a questão é que esse evento levou a grandes mudanças no sistema – a maioria delas com o objetivo de impedir os tipos de manipulação de mercado praticadas por Sarao. Portanto, manipulações como front running, spoofing e layering passaram a ser ilegais depois disso. Por fim, mas não menos importante, Sarao teve de responder a um processo civil aberto pela CFTC. Além disso, todo o seu dinheiro acabou sendo roubado ou perdido em outros investimentos.

Se quiser aprender mais sobre o assunto, recomendamos a leitura deste artigo.